Em uma agenda na Esplanada dos Ministérios, o governador Reinaldo Azambuja cobrou na quarta-feira (28) do ministro de Minas e Energia, Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, a contemplação de Mato Grosso do Sul e de outros estados que não foram incluídos na Medida Provisória 1031, que trata da desestatização da Eletrobras.
Reinaldo Azambuja explicou que o texto privilegia estados da região Norte e Nordeste e pediu atenção a outras unidades da federação. “Nossa proposta foi muito bem recebida pelo ministro. Pedimos um olhar para a preservação das bacias do Centro-Oeste, que tem grande capacidade de geração de energia e sofre por falta de capacidade de preservação desse ativo que temos nesses estados, inclusive por programas governamentais que não tiveram a mínima preocupação com o meio ambiente, como o famoso ‘Plante que o João Garante’, que dizimou parte do Cerrado, principalmente de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e provocou um dos grandes desastres ambientais que temos, que é o assoreamento do rio Taquari”, disse o governador.
O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Sérgio Murilo Mota, destacou que a reunião foi muito proveitosa e que Mato Grosso do Sul poderá ser beneficiado com projetos de preservação ambiental. “Entendemos a necessidade da desestatização da Eletrobras, que teve uma perda da capacidade de investimentos, enquanto o Brasil tem uma necessidade de geração de energia. O que queremos é que as concessionárias tenham um olhar para o Centro-Oeste e acredito que o ministro vai ter essa sensibilidade”, declarou.
Pela proposta de privatização, a Eletrobras deverá desenvolver projetos de revitalização da bacia do Rio São Francisco, de redução estrutural de custos de geração na Amazônia Legal e de revitalização de recursos hídricos das bacias hidrográficas na área de influência dos reservatórios das usinas de Furnas. A agenda contou com os governadores Ronaldo Caiado (GO) e Mauro Carlesse (TO), que também reivindicam a contemplação dos seus estados.
A Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) é a maior companhia brasileira do setor de energia elétrica. Apesar de ser uma sociedade de economia mista e de capital aberto, a empresa é estatal porque o governo brasileiro é dono da maior parte. O projeto de privatização proposto pelo governo federal será feito através da venda de novas ações no mercado, de modo que a participação da União seja reduzida para menos de 50%.
Paulo Fernandes, Subcom
Foto: Arquivo Ministério de Minas e Energia